sábado, 29 de fevereiro de 2020

A praça dos desejos
A praça dos desejos

Helena! Helena! Vamos correr na praça!

Tudo que havia naquela praça parecia conhecer essas palavras gritadas por Paulinho, já que saiam da escola e corriam brincando de aviãozinho até chegar ao banco preferido no meio das roseiras.

Quase sempre ele corria na frente abrindo passagem para ela, que corria de aviãozinho atrás dele. Logo que chegavam ao banco jogavam as mochilas no chão. Ele sentava no banco e ela deitava apoiando a cabeça na perna dele permanecendo naquele banco todo o tempo. Parecia até uma magia! O banco estava sempre vazio esperando eles chegarem.

Quase dormindo Helena pergunta para Paulinho:

- Você acredita mesmo, que aquela estrela de pedra que tem no meio da praça caiu do céu?

- Lógico que caiu, mas faz muito tempo! Meu pai contou que nessa praça morava um homem que falava muita mentira e a estrela caiu na cabeça dele.

- Eu não acredito no que você está falando! Para mim é apenas uma pedra e nada mais.

- E as pontas de estrela que tem nela! Para mim é uma estrela que caiu e a caveira do homem ainda está embaixo dela. Por isso não passo nem perto dela, tenho medo de fantasmas.

Fica quieto Paulinho que eu quero dormir!

Como sempre fazia. Helena dormiu no banco da praça, debaixo das roseiras deitada com a cabeça apoiada na perna do menininho. Não sei se Paulinho estava dormindo também, pois estava com um olhar arregalado de medo e dúvidas.

Helena sabia que ele tinha medo, por que ela ficava falando aquelas coisas. Lágrimas começaram a escorrer do olho do menininho e a boca a tremer e soluçar chorando quietinho sem que ela percebesse.

Paulinho tomou uma atitude que nunca havia tomado, pois sempre ficava o tempo todo quietinho, até que Helena acordasse. Ele levantou a cabeça dela um pouquinho, colocou a mochila no lugar da perna e foi olhar a pedra de perto.

Helena acordou com um olhar ainda adormecido e viu Paulinho escondido atrás de uma árvore observando a pedra. Olhando de longe parecia até que a pedra iria atacá-lo a qualquer momento.

O menininho levantava a cabeça, olhava a pedra e se escondia imediatamente.

Helena ficou furiosa e triste pela atitude de Paulinho. Como ele poderia deixá-la dormindo sozinha na praça, então decidiu se vingar dando um susto nele.

Ela pegou um galho seco de uma árvore que estava caído no chão, se aproximou dele, silenciosa e bem devagarinho, e quando Paulinho levantou a cabeça para olhar a pedra, Helena encostou o galho nas costas dele.

Paulinho deu um grito de medo e ficou tremendo, parado, estático, enquanto ela gargalhava do medo dele. O menino virou e a viu rindo dele e falando:

- Isso é para você aprender a não me deixar sozinha, agora vamos voltar para o banco.

Ele sentou no banco e ela logo deitou apoiando a cabeça no colo dele. Ela amava ficar deitada daquela maneira conversando com ele, sempre desafiando suas ideias, então falou séria:

- Você acha mesmo que aquela pedra é uma estrela que caiu na praça, então vamos perguntar para o pipoqueiro, ele vende pipoca a vida inteira aqui na praça, com certeza deve saber se realmente é verdade essa história da pedra que realiza desejos. Vamos lá agora!

Os dois levantaram do banco e foram para o outro lado da praça conversar com o pipoqueiro, como iam voltar, largaram as mochilas no banco mesmo. Como sempre fazia, Paulinho saiu correndo pela praça de aviãozinho com os braços abertos, ela saiu correndo atrás dele de aviãozinho também. Subiram uns degraus de madeira, correram se equilibrando pela mureta do jardim das rosas, rodearam a praça para não passar perto da pedra e foram parar diretamente no carrinho de pipoca.

Os dois pareciam hipnotizados vendo as pipocas saltando, elas pareciam estar brincando e os dois riam sem parar.

Helena logo falou:

- Eu quero um pacote de pipoca bem grandão. Depois eu pago!
- E você Paulinho!

- Eu quero um pequeno! Não aguento comer um grande.

Helena pegou o pacote de pipocas e já começou a fazer perguntas sobre a pedra ao pipoqueiro.

Pipoqueiro! É verdade que aquela pedra grande cheia de pontas que tem no meio da praça é uma estrela que caiu do céu?

- Lógico que é verdade! Eu vou contar para vocês como tudo aconteceu. A noite estava muito gelada e o céu limpinho, sem nuvens e as estrelas estavam muito brilhantes naquela noite.

Eram quatro olhinhos brilhando de curiosidade a cada palavra do pipoqueiro.

- Dizem que essa estrela começou a cair lá no Japão, mas a terra foi girando, girando e ela acabou caindo aqui, bem no meio da praça.

- E ela caiu em cima do homem que contava mentiras mesmo?

- Não! Isso é lenda. Eu estava com o meu carrinho de pipocas parado nesse mesmo lugar, vi quando a estrela rolou no céu, veio girando e soltando faíscas para todos os lados. E quando bateu no chão foi um brilho enorme clareando toda a cidade.

- E o homem que contava mentiras não morreu?

- Não! Ele estava perto de mim e falou:

- Essa estrela maldita caiu bem em cima da minha barraca, agora não tenho onde morar. Vou embora desse lugar esquisito!

Ele foi embora e nunca mais voltou!

Foi nesse momento que Paulinho deu um sorriso e falou:

- Então não tem fantasma na praça! Obaaa!

Helena meio que afobada logo perguntou:

- Você já fez algum pedido para a estrela?

- já fiz e deu certo. Mas tem um segredo que quase ninguém sabe! A estrela só realiza um desejo para cada pessoa, não adianta pedir dois. Quando você fizer seu pedido vai saber se ele foi aceito ou não, pois se sentir seu corpo arrepiar é que o pedido vai se realizar.

Até o pipoqueiro ficou surpreso quando Paulinho gritou:

- Vou à estrela fazer o meu pedido!

- Antes de fazer o pedido, tem mais uma coisa que vocês precisam saber! Ninguém pode saber do pedido que fizeram, nem mesmo o melhor amigo, porque se vocês contarem o pedido para alguém, ele se transforma em pó e o vento leva embora.

Como sempre Helena retrucou:

- Primeiro sou eu que vou fazer o meu pedido! E saíram correndo de aviãozinho. Como sempre ele corria na frente e ela corria atrás, mas agora pelo meio da praça, bem onde estava a grande pedra cheia de pontas em formato de estrela.

Correram se equilibrando pela mureta do jardim de rosas, pularam no chão e desceram correndo as escadas ao lado do chafariz, eles subiram num banco correndo e pularam no chão, subiram em outro banco e pularam no chão até que chegaram à grande pedra cheia de pontas.

Eles ficaram olhando a pedra com um olhar impressionado, curioso e desconfiado. Na frente da pedra havia uma fila de quatro pessoas esperando a vez para fazer um pedido. Na frente da pedra sempre havia uma fila e agora eles também estavam na fila. Helena na frente e Paulinho atrás.

Helena virou para Paulinho e perguntou:

- Qual vai ser o seu pedido Paulinho? Antes do pedido você pode falar!
O menino apenas balançou a cabeça dizendo que não.

Ela logo falou:

- Eu quero essa praça cheia de rosas! Muitas! Muitas! Muitas rosas! Quero correr no meio das rosas!

Chegou a vez dela fazer o pedido.

Helena se aproximou da pedra, encostou a mão nela com um olhar muito sério, nem parecia a mesma menina que corria pela praça com Paulinho e fez o seguinte pedido:

- Eu quero ir embora desse lugar! Não quero viver nessa praça a minha vida inteira. Quero ir para bem longe daqui. Imediatamente sentiu o corpo arrepiar como se o pedido fora aceito, tirou a mão da pedra e saiu sem olhar para Paulinho.

Chegou a vez dele.

O menininho entrou. Aproximou-se da pedra com um olhar curioso, mas sem medo, agora parecia gostar dela. Estava com um olhar brilhante de quem se apaixona por uma estrela. Até sorriu e fez um pedido assim:

- Eu amo essa praça e ela é a minha vida. Nunca quero sair dela, quero viver a minha vida inteira aqui e deixá-la cada vez mais bonita. No mesmo momento Paulinho sentiu seu corpo arrepiar e pensou: O pipoqueiro estava certo, meu pedido foi aceito. Obaa! Tirou a mão da pedra e saiu correndo. Ele procurou Helena e não a encontrou, ela já estava lá no banco debaixo das roseiras.

O menininho foi correndo pelo meio da praça, como sempre com os braços abertos de aviãozinho até chegar ao banco debaixo das roseiras onde estava Helena.

Ele sentou no banco radiante e feliz, enquanto ela deitou com a cabeça apoiada em seu colo, quietinha, com o corpo encolhido buscando seu carinho e pediu para ele brincar em seus cabelos.

Paulinho estranhou aquela atitude de Helena. Ela nunca o deixava tocar nos cabelos dela.

Ele tocou nos cabelos dela com muito receio dela brigar, mas ela continuou quietinha e perguntou:
 
- Paulinho! Eu queria saber qual foi o seu pedido.

- Não posso falar! Se eu falar meu desejo vira pó.

- Fala!

- Não!

- Então vamos embora daqui!

Eles levantaram do banco e foram embora caminhando devagar. Há muito tempo não acontecia isso, sempre saiam correndo de aviãozinho.

A noite chegou e levou os pensamentos deles embora, os sonhos chegaram e chacoalharam suas dúvidas. Nos sonhos ela chorou. Nos sonhos ele sorriu. No sonho dela um mundo distante, onde ela não via mais a praça dos desejos e nem Paulinho. No sonho dele uma praça cheia de rosas só para realizar o sonho dela.

A manhã chegou e a aula terminou, como não estudavam na mesma sala, se encontravam no caminho da praça. Paulinho veio correndo de aviãozinho gritando com os braços abertos, mas Helena não veio atrás, então ele sentou sozinho e ficou esperando por ela.

Demorou um pouco e ela chegou toda entusiasmada falando:

- Chega mais pra lá que eu quero deitar!

Ela deitou apoiando a cabeça na perna dele e continuou falando:

- Eu estou gostando de um menino novo da escola e preciso que você me ensine a beijar.

- Mas eu não sei beijar! Eu nunca beijei nenhuma menina.

- Não interessa! Vamos ter que treinar.

- Eu tenho que estudar para a prova de matemática.

- Não quero nem saber! Você me ajuda a aprender a beijar e eu te ajudo a aprender matemática.

- Tá bom! Mas eu não sei beijar.

- Vamos descer atrás do banco, assim ninguém vê!

Eles desceram atrás do banco. Paulinho ainda olhou desconfiado para a praça querendo ter certeza de que ninguém estava olhando. Ficaram agachados e arriscaram o primeiro beijo.

Helena não gostou do jeito que Paulinho beijou e falou:

- Tenta beijar direito! Você parece que não aprende. Depois de tantas tentativas desistiram e foram estudar matemática.

A tarde chegou trazendo muito frio e eles entraram embaixo do banco. Ali ficaram quietinhos olhando um para o outro. Ela com os olhos estalados e brilhantes olhando para ele, enquanto Paulinho tinha um olhar tímido e amedrontado.

Estranho como Paulinho não saía daquela praça, todos os dias ele estava lá, mesmo nos dias que não tinha aula e permanecia quietinho no banco estudando, desenhando e pensando.

De repente Helena entra correndo com um vestidinho branco, ela passou pelo meio das roseiras e chegou ao banco, onde Paulinho estava sentado e rapidamente deitou apoiando a cabeça na perna dele e pediu:

- Paulinho! Conta uma história para mim. Quero dormir ouvindo história!

O menininho inventava histórias na hora. Ele falava de um super-herói que ele gostava muito e ela ouvia com bastante atenção as histórias lindas do super-herói Ziperman. Dessa maneira ela flutuava no conto, sempre acrescentando emoções vindas do inconsciente e inesperado, que fluía do imaginário dela, até o momento em que ela começou a falar das rosas comentando sobre os diferentes tons e cores. De repente ela levantou e falou:

- As formigas estão destruindo as roseiras!

Levantaram do banco e foram investigar de perto para ver o que estava acontecendo. Surpreso Paulinho logo se manifestou:

- Vamos ver o que elas estão fazendo! Olha Helena! Enquanto umas cortam, as outras carregam.

- Vamos segui-las para ver onde elas estão indo. É só seguir a trilha delas

- Olha que fila enorme!

Helena apontou para aquela trilha de formigas enfileiradas e deitaram no chão olhando-as bem de perto.

- Olha Paulinho! Elas estão carregando folhas, flores e galhinhos, subindo e descendo caminhando juntas, uma atrás da outra. Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! Uma me mordeu!

Eles não conseguiam ver o final da trilha das formigas, só o começo.
A roseira carregada de folhas verdinhas e rosas de um vermelho bem forte estava cheia de formigas.

- O que nós poderíamos fazer para ajudar a roseira! Matar as formigas? Ou desviar a trilha delas para outro lado?

Helena ficou esperando a resposta de Paulinho e observando o que ele ia fazer.

Admirado com a força da formiga, ele pegou na grande folha que ela estava carregando e a levantou no ar.

- Incrível! Ela não solta a folha. Depois colocou a formiga na palma da mão e ela continuou agarrada à folha. Ela parecia entregue ao destino e focada na sua função dentro do formigueiro, já que o grupo depende do desempenho de cada uma para sobreviver.

Helena pega a formiga com cuidado da palma da mão de Paulinho, coloca de novo na trilha e fica quietinha observando ela caminhar rapidamente rumo ao buraco do formigueiro.

A noite chegou trazendo a escuridão e as formigas continuavam trabalhando sem parar um só momento, então eles decidiram ir embora e voltar no outro dia para continuar olhando.

Paulinho com seu olhar sonhador olhou para o céu e viu aquele mundo de estrelas espalhadas brilhando, parecia um formigueiro de estrelas.
Amanheceu. O sol brilhou e a praça se modificou.

Eles chegaram à praça correndo de aviãozinho, como sempre Paulinho vinha na frente de braços abertos e Helena correndo atrás. Ao chegarem tiveram uma grande surpresa.

O formigueiro estava doido, parecia estar em festa e a praça forrada de formigas por todos os lados. Não tinha como entrar na praça, então Paulinho pensou rápido.

- Vamos por trás das roseiras e subir no banco!

E foi o que fizeram. Deram a volta na praça, passaram pelo meio das roseiras e subiram no banco da praça. De lá conseguiam ver tudo o que estava acontecendo.

Do buraco saíam grandes formigas com uma bunda imensa, que batiam suas asas fazendo um barulho lindo e depois levantavam voo sumindo no céu em busca de um destino indefinido, entregues à sorte, para em outro lugar dar origem a um novo formigueiro e eles curtiam cada decolagem das formigas com emoção, desejando sorte a elas.
Os dias passaram e tudo voltou ao normal na praça. Paulinho sentou no banco e Helena deitou apoiando a cabeça na perna dele, só escutando ele falar:

- A roseira está cheia de folhas verdinhas novamente. Esperando as formigas como se nada tivesse acontecido e nós também continuamos no banco esperando pelas flores, que com certeza ela vai nos dar deixando nossa vida mais linda. Já tem até botões de rosa.

Helena parecia muito distante procurando palavras que não conseguia encontrar e num tom triste quase chorando falou para ele:

- Nós vamos mudar e vamos embora da cidade. Meu pai disse que é para longe, muito longe.

Foi um silêncio, parecia que o coração deles tinha parado de bater, até o vento parou e as últimas pétalas da roseira começaram a cair sobre eles. Helena abriu a mão. Pegou uma pétala. Ficou olhando. Olhando. Acho até que estava olhando com os olhos do coração e falou chorando.

- Não quero ir embora daqui! Não quero ir embora!

Paulinho ficou estático. Quietinho. Não falou uma palavra. Apenas chorou. Ele olhou aquela grande roseira linda cheia de botões tentando encontrar a solução em um deles, mas não achou.

Eles permaneceram muito tempo no banco da praça sem dizer uma palavra. A noite chegou e ela falou:

- Tenho que ir embora!

- Vou deixar essa praça linda e cheia de rosas para você! Sei que esse é o seu sonho e vou ficar te esperando, pois sei que um dia vai voltar.
Os pedidos. O tempo. A vida. O destino. O amor.

Helena foi embora e Paulinho ficou. Nunca mais ele teve notícias dela. Veio a juventude e a praça bem cuidada. Já adulto com melhores condições financeiras mantinha aquela praça num mundo de rosas coloridas. Sempre à espera dela sentado no banco. Muitos amores passaram por ele, mas nenhum a substituía, nem preenchia a falta que ela fazia. E o tempo foi passando, até que um dia Paulinho voltou à pedra dos desejos e fez mais um desejo conversando bem baixinho com a pedra, sozinhos em uma noite cheia de estrelas.

Naquela noite, ele encostou a cabeça na pedra e fez mais um pedido assim:

- Eu sei que só é realizado um desejo para cada pessoa e respeito isso, mas não tenho onde procurar. Não sei mais o que fazer. Acho que vou embora da cidade e nunca mais voltar aqui. Estou pedindo com o coração, traga ela de volta, nem que seja por uma única vez.

Depois de tantos anos Paulinho sentiu o corpo arrepiar novamente. Uma luz de esperança iluminou seu coração e ele sorriu feliz pensando:

- Ela vai voltar!

Poucos dias depois ele estava sentado no banco debaixo das roseiras e Helena entra na praça andando com dificuldades, chega perto dele, abre os braços de aviãozinho e fala:

- As roseiras continuam lindas. Posso deitar no banco?

- Vem! Deita! Passei a vida inteira esperando você voltar.

Helena deitou no banco apoiando a cabeça na perna de Paulinho falando:

- Nossa! Como essa praça está linda toda rodeada de rosas!

- Tentei realizar o seu pedido.

- Infelizmente não foi esse pedido que fiz aquele dia. Pedi para ir embora da cidade e foi o que aconteceu, alguma coisa não me deixava voltar.

- Não quero mais falar nisso! Vamos andar de aviãozinho como sempre fazíamos?

- Vamos! Mas temos que voar devagar.  Eu não consigo mais correr.
Levantaram do banco e caminharam devagar com os braços abertos pela praça. Chegaram até a grande pedra cheia de pontas, que realmente parecia ser uma estrela que um dia caiu no meio da praça e novamente olharam com medo.

Do meio da praça vinha um menininho e uma menininha correndo e gritando que iriam fazer um pedido. Helena parou a menininha e falou pra ela:

- Não peça nada! Você tem tudo o que precisa para ser feliz.
A menininha sorriu e gritou:

- Paulinho! Eu não vou mais fazer pedido. Vamos comprar sorvete!~

- Agora vamos voltar a voar!

E eles voaram de braços abertos no meio da praça cheia de rosas. Do coração de Paulinho saiu um menininho correndo de braços abertos e logo atrás, do coração de Helena saiu uma menininha correndo de braços abertos. Correram como crianças e sumiram no meio das roseiras, como se nunca tivessem saído de lá.

Paulo Ribeiro de Alvarenga
Criador de vaga-lumes
Iluminando pensamentos
VruuummmmZuuummmm....

Criador de vaga lumes