
Uma adaptação da lenda “O Corpo seco”
Depois de tanto tempo passado parece até que fiz parte dessa lenda, a qual se fez presente na comparação de muitas histórias pelo meu pai e o meu tio causando certa curiosidade e sensação de pavor ao ouvi-la.
O clima da história parece rolar num outono sem fim, pois os caminhos ficavam cobertos de folhas secas e nas passadas das pessoas o som dos estalos de gravetos quebrando penetravam no coração da alma causando calafrios e fazendo arrepiar.
Vamos esquecer o presente e mergulhar na lenda que se passou num passado distante: Tudo aconteceu numa cidadezinha do interior, onde a simplicidade das pessoas fazia parte de uma boa receptividade, porém entre tantas pessoas boas o mau se fazia presente.
Não dá para dizer que faltou amor àquele homem, pois o amor da mãe dele estava presente a todo o momento, o que torna incompreensível tanto ódio e desprezo às pessoas. Fazer maldades para aquele homem era um prazer, não ter piedade dos outros um princípio e para isso não poupava nem a própria mãe, que parecia ser odiada por ele. Quem passava naquele caminho silencioso em que se ouvia o canto maravilhoso dos pássaros, também ouvia o choro quase calado daquela mãe judiada, que apanhava constantemente daquele ser monstruoso e malvado.
Os moradores da cidade tinham dúvidas se no corpo daquele homem desumano havia um coração e se havia estaria nos poderes do demônio, porém o futuro prova que não estava, pois o demônio de tanto ser desafiado por ele, também não o queria no inferno.
O único capaz de enfrentá-lo foi o tempo, que passava lentamente e com toda tranquilidade tirava tudo o que ele possuía. O tempo cauteloso levou o seu pai, também levou a mãe que ele tanto judiava e por fim tirou dele a vida.
Deus se negou a recebê-lo no céu. O demônio não o aceitou no inferno e a terra se negou a recebê-lo expulsando-o da cova. Tentaram enterrá-lo várias vezes, mas não adiantou, pois ele sempre voltava para infernizar a vida das pessoas.
Abandonado pelo mundo ele passou a viver agarrado às árvores, que não resistiam ao seu abraço mortal e também secaram. Desta maneira ele se mantinha camuflado em caminhos desertos esperando alguma pessoa passar desprevinida para atacá-la e sugar o sangue, se não aparecesse ninguém para socorrer a vítima. Ele a sugava até a morte.
Abandonado pelo mundo seu destino foi vagar assombrando a vida das pessoas, tornando um pesadelo caminhar em trilhas no meio da mata, pois a sensação de medo proporciona um calafrio de temor dando a impressão de que está sendo seguido e será atacado a qualquer momento. Nem o tempo conseguiu vencê-lo, pois ele se tornou uma lenda. Até hoje ele é temido nas trilhas e entre as árvores no meio da mata.
Uma adaptação da lenda “O corpo seco”
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Paulo Ribeiro de Alvarenga
Paulo:
ResponderExcluirPassei para agradecer sua participação no Tema do Mês do Duelos. Este seu ótimo texto já foi postado.
Valeu mesmo!
Abração e ótima semana!